Quem conta um conto #1: Brasileirismos

 "A língua brasileira é das mais ricas e sonoras" – Mário de Andrade.

     Quando é comentado sobre a literatura nacional, logo nos vem à mente os livros de vestibulares, aquelas histórias que, provavelmente por sermos obrigados a ler, tornam-se maçantes. A preguiça em se focar naquilo ou se aprofundar no trabalho, a ideia trazida resulta na generalização dos livros brasileiros, acabando com o interesse em outras publicações.







Para quem não tem um interesse aprofundado nos contos nacionais, indico “O Poço” de Mário de Andrade. Como grande valorizador da cultura brasileira, usava em suas obras, tanto em poemas quanto os romances, expressões nordestinas ou até mesmo palavras inventadas, esse “brasileirismo” típico da época em que representou tão bem a maravilhosa diversidade do nosso país.




Título da obra: O Poço e outras histórias.
Autor: Mário de Andrade.
Editora: Ática. (1993; 80 páginas)
Sinopse: Ler Mário de Andrade é conhecer melhor a alma brasileira. Seus textos retratam pessoas comuns e seus pequenos grandes dramas, no fundo, tão semelhantes aos nossos. Reproduzindo magnificamente o modo de falar e de pensar de nossa gente, ele cria histórias que tocam em cheio a sensibilidade e a consciência do leitor. Qualquer caso aparentemente pessoal – a relação entre o patrão e o empregado ou a convivência entre vizinhos – é, na verdade, um pretexto para o autor traçar o painel social bastante revelador da realidade brasileira.
O Poço é outras histórias é, enfim, uma grande oportunidade para se entrar em contato com a obra de um escritor fundamental da nossa literatura.

Resenha: Suspeita a falar, adorei os cinco contos presentes no livro (O Poço, O Ladrão, Caso Pançudo, Primeiro de Maio e Túmulo, túmulo, túmulo). O que achei mais interessante foi o autor retratar os modos de falar que ouvimos no dia-a-dia, muitos deles sem concordância verbal ou com palavras inventadas. Aliás, quem nunca inventou sua própria palavra? Além disso, o autor utiliza expressões de algumas regiões brasileiras, o que transmite ao leitor um pouco de uma região que ele não conhece, ou de como é possível se identificar ao encontrar ali um termo que a pessoa achava só ser ouvido em sua cidade.
São contos curtos e com histórias cotidianas bem comuns, mas não menos interessantes. A riqueza neles é justamente por serem simples, com o qual qualquer um pode se identificar certa altura, como uma situação que aconteceu em algum lugar e um amigo seu parou para contar.
Quer dar uma chance a esse amigo de páginas?

Comente! 

2 comentários:

  1. Como já havia dito antes, fiquei interessada nesse livro ao ler seu texto, e agora, relendo-o, fiquei com mais vontade ainda! Eu disse que seu blog me faria bem, e devo ressaltar que você escreve de uma maneira que realmente desperta o interesse nas obras, espero que mais pessoas sintam essa vontade de buscá-las.

    No aguardo de novos posts. :3

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Muito obrigada pelo comentário, Claudia! ~wee Muito bom te ver por aqui *-* Espero realmente que o blog acabe despertando o interesse do pessoal tanto nas obras literárias quanto nos pontos turísticos que iremos apresentar ;3

      Beijos!

      Excluir