Ligado ao nosso folclore, poucos são os seres que não
apresentam algo fantástico: ou lhe falta à perna ou a cabeça. Pode ser que seus
pés estejam voltados para trás ou que seja como uma serpente que percorre os
céus. Cada região tem sua versão da história e muitas vezes, uma história
diferente. Seja um pássaro que cultiva a árvore da região ou uma mulher que
atrai os homens para o mar – e, vejam só não é uma sereia! – cada uma delas tem
sua particularidade e reflexo de onde veio. Para começar, que tal o mascote do blog?
Ao encontrar a história do menino atrevido que azeda leites,
queima feijões e some com objetos pessoais, me surpreendi com a variedade de
descendências que essa lenda ganhou. Menosprezada por muitos, a história um
menino negrinho e nu que pode ser capturado com uma peneira é tida como
ridícula se comparada com outras culturas. Não param para pensar que se essa
história existe é porque teve grande peso e importância na época, ainda mais
por sobreviver tanto tempo e ainda hoje perdurar no imaginário infantil e
adulto também. Acham banal ligarem acontecimentos rotineiros a um menino que
fuma cachimbo, no entanto, histórias alheias lhe parecem muito mais
interessante.
Não tendo a intenção de desvalorizar nenhuma crença ou
costume, mas já está passada a hora em que devemos voltar nossos olhos para o
que temos aqui, ao alcance das nossas mãos. Quem sabe numa dessas não nos
surpreendemos, como eu mesma me surpreendi, com a riqueza de detalhes e
interferências culturais que uma simples lenda pode trazer?
E você, o que acha?
(Você pode encontrar mais informações no site do Brasil Escola ou em uma biblioteca próxima.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário